Pessoas com depressão funcional seguem a rotina, mas enfrentam batalhas internas silenciosas...

Quando se fala em depressão, muitos pensam em uma pessoa que mal consegue sair da cama pela manhã, imaginam uma pessoa completamente isolada, desanimada. No entanto, nem sempre a depressão se apresenta dessa forma, dificultando a busca pela ajuda e diagnóstico. Estou falando sobre a depressão funcional, um quadro no qual o indivíduo mantém suas responsabilidades, mas internamente vive um grande sofrimento.

O que é depressão funcional?

A depressão funcional não é um diagnóstico formal e não está no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o termo mais próximo para um diagnóstico para depressão funcional seria Transtorno Depressivo Persistente, que antes era chamado de Distimia.

Esse termo é utilizado para descrever pessoas que, apesar dos sintomas depressivos, conseguem “funcionar” socialmente: vão ao trabalho, estudam, cuidam da casa e mantêm alguma vida social. Mas tudo isso é realizado através de um esforço muito grande, com a sensação de insatisfação e falta de sentido em suas atividades. Por mais que seja utilizado a palavra “funcional” não diminui o sofrimento da pessoa. 

Sintomas mais comuns:

  • Sensação constante de tristeza ou vazio
  • Baixa energia ou fadiga
  • Baixa autoestima
  • Falta de motivação ou prazer nas atividades diárias (anedonia)
  • Irritabilidade ou cansaço frequente
  • Dificuldade de concentração
  • Crises de choro em momentos de privacidade
  • Insônia ou sono excessivo

Por que é perigosa?

Ao contrário da depressão clínica mais intensa, a depressão funcional pode ser mais difícil de identificar, pois a pessoa com esta condição mantém a rotina e não apresenta sinais evidentes de sofrimento. 

Por manter a rotina, é comum que  o indivíduo comece a acreditar que isso faz parte da sua personalidade, também desenvolvendo pensamentos como “não está tão mal assim”, “não posso ser tão fraco”, isso coopera para a evitação de pedido de ajuda, levando à piora do quadro, em casos extremos, pensamentos suicidas.

Além disso, o estigma em torno da saúde mental ainda faz com que muitos sofram em silêncio, alimentando a ideia de que “todo mundo está cansado”, ou que é preciso ser forte o tempo todo. Cuidado com esses tipos de pensamentos, não invalide o que  sente. 

Como identificar?

É preciso atenção aos pequenos sinais. Mudanças no humor, aumento do isolamento, irritabilidade, queda de produtividade e o relato de um cansaço emocional constante podem ser indicativos. Em geral, a pessoa com depressão funcional não busca ajuda facilmente, por isso a escuta ativa e o apoio de amigos ou familiares é fundamental.

Conclusão:

Se você se identifica com esses sintomas, ou conhece alguém que possa estar passando por isso,procure alguém de confiança e se precisar de ajuda profissional, nos dá CIENTE Psicologia estamos aqui para te apoiar.

A CIENTE está aqui pra lembrar: estar ativo o tempo todo não significa estar bem.

Essa matéria foi escrita por:

Miriã de Oliveira Pereira

CRP06-195106

Psicóloga da Equipe:

CIENTE Psicologia