Setembro Amarelo: O que Realmente Funciona Segundo a Ciência (TCC)

O Setembro Amarelo é um movimento de conscientização sobre a prevenção do suicídio que cresce a cada ano no Brasil e no mundo.

Apesar dos avanços, os números ainda são alarmantes: segundo dados da campanha, cerca de 96,8% dos suicídios estão relacionados a transtornos mentais, principalmente a depressão e o transtorno bipolar.

Esses dados reforçam a necessidade de intervenções baseadas em evidências científicas, que realmente façam diferença no cuidado com a saúde mental. Nesse contexto, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem se mostrado uma das abordagens mais eficazes no manejo do sofrimento psíquico e na redução do risco de suicídio.

Nesta matéria falo da importância de buscar ajuda adequada.

 

Ajuda Qualificada

O suicídio é um fenômeno complexo, que muitas vezes, ainda é envolto em silêncio e estigma, o que dificulta o cuidado. No entanto, falar sobre o tema é essencial: a informação correta pode salvar vidas.

É importante compreender que não basta apenas dizer para alguém em sofrimento procurar ajuda. É preciso também indicar os meios adequados e garantir que esses espaços estejam preparados para acolher. Quando uma pessoa com pensamentos suicidas busca ajuda e não encontra, isso pode gerar ainda mais desesperança, aumentando o risco. Por isso, a rede de apoio precisa estar fortalecida, acessível e capacitada para receber esses pedidos de ajuda com cuidado e responsabilidade.

É preciso reforçar que o suicídio está frequentemente associado a transtornos mentais que têm tratamento!!!

Reconhecer os sinais de alerta e buscar ajuda especializada são passos fundamentais.
Isso geralmente é feito por um profissional qualificado como psicólogo ou psiquiatra.

 

Psicoterapia: quando a escuta se torna intervenção

A psicoterapia é um espaço de acolhimento, escuta ativa e construção de estratégias para enfrentar pensamentos e emoções difíceis. Mas não se trata de uma conversa qualquer: é uma prática conduzida por psicólogos habilitados, com técnicas estruturadas e cientificamente comprovadas, a escuta ativa com o paciente leva para o melhor caminho de transformação.

 

Impulsividade, pouco falado mas muito importante 

A impulsividade é um fator de risco importante quando falamos em comportamento suicida. Pessoas impulsivas tendem a agir de forma rápida e intensa diante de emoções negativas, como tristeza, raiva ou desesperança, o que pode aumentar a probabilidade de tentativas de suicídio em momentos de crise. 

Em muitos casos, não há um planejamento detalhado, mas sim uma reação imediata a uma dor emocional intensa. Por isso, o tratamento dos transtornos mentais e o desenvolvimento de estratégias de regulação emocional são fundamentais para reduzir riscos e oferecer alternativas seguras diante das dificuldades.

 

Por que a TCC se destaca?

A Terapia Cognitivo Comportamental é uma das abordagens mais estudadas no campo da psicologia clínica.

Ela parte do princípio de que nossos pensamentos influenciam diretamente nossas emoções e comportamentos. Em situações de sofrimento intenso, como na depressão, esses pensamentos tendem a ser distorcidos e negativos, alimentando sentimentos de desesperança e inutilidade. O paciente com esse sentimento de desesperança muitas vezes leva a impulsividade para tirar a própria vida. O que a TCC faz é acolher o paciente de forma única, procura  entender o ambiente social, entender a história de vida do paciente e com estratégias cuidadosas, ajudar o paciente a desfocar dos pensamentos distorcidos e negativos.

Na prática clínica, a TCC busca:

  • Identificar padrões de pensamento disfuncionais que alimentam o sofrimento;
  • Desenvolver habilidades de enfrentamento, como técnicas de reestruturação cognitiva;
  • Ensinar estratégias de resolução de problemas, ajudando a pessoa a lidar de forma mais adaptativa com suas dificuldades;
  • Trabalhar a prevenção de recaídas, oferecendo ferramentas que permanecem mesmo após o término da terapia.

Estudos mostram que a TCC é eficaz na redução da ideação suicida, no tratamento da depressão e de outros transtornos mentais, tornando-se uma intervenção de primeira escolha em muitos protocolos clínicos.

 

Conclusão: um caminho possível

Com ajuda adequada, seus passos podem ser guiados para uma vida mais leve e significativa. Não é uma vida ilusória que promete alegria a todo momento, mas sim construir uma vida com sentido, com espaço para acolher as dores, desenvolver recursos internos e reconhecer também os momentos de bem-estar e conquistas.

Prevenir o suicídio é reafirmar que a vida pode ser cuidada, transformada e recomeçada.

Se você ou alguém que você conhece está passando por um momento difícil, procure ajuda profissional. Nos dá Ciente Psicologia estamos aqui para ajudar!

Essa matéria foi escrita por:

Miriã de Oliveira Pereira

CRP06-195106

Psicóloga da Equipe:

CIENTE Psicologia